NITEROI / RJ - sábado, 27 de abril de 2024

Doença de Alzheimer

      

  

Doença de Alzheimer

                               

            Demência é um termo genérico que descreve uma variedade de doenças e condições que se desenvolvem quando as células nervosas do cérebro morrem ou deixam de funcionar normalmente. A morte ou mau funcionamento destas células nervosas, denominadas neurônios, causam mudanças na sua memória, comportamento e capacidade de pensar com clareza. Na doença de Alzheimer, estas alterações cerebrais eventualmente prejudicam no indivíduo a capacidade para realizar tais funções corporais básicas como caminhar e engolir. Doença Alzheimer é ultimamente fatal.

            A doença de Alzheimer foi primeiramente descrita há mais de 100 anos atrás, mas as pesquisas de seus sintomas, causas, fetores de riscos e tratamento ganhou ímpeto apenas nos últimos 30 anos. Embora as pesquisas tenham revelado sobre o tratamento da Doença de Alzheimer, o que desencadeia o desenvolvimento da Doença de Alzheimer ainda permanece desconhecido. Apenas as causas mais raras da doença são causadas por mutações genéticas.

 

                Sintomas da Doença de Alzheimer


            A Doença de Alzheimer afeta pessoas de diferentes maneiras, a maioria dos sintomas começa com agravamento gradual da capacidade de lembrar-se de novas informações. Isto ocorre porque a disfunção celular inicía-se geralmente em regiões do cérebro responsáveis em formar novas memórias. Como o dano se espalha pelo cérebro, o indivíduo evolui com dificuldades em outras funções cerebrais. Seguem alguns sintomas da Doença de Alzheimer.

        

            • Perda de memóriarecente, inicialmente, que perturba diariamente a      vida.


            • Desafios em planejamento ou resolver problemas.


            • Dificuldade em completar tarefas domiciliares, no trabalho ou no lazer.


            • Confusão com o tempo ou lugar.

 

            • Problemas na compreensão visual e espacial de imagens.


            • Novos problemas com palavras faladas ou escritas.


            • Extraviar e perder coisas sem a capacidade de lembrar-se, acusando terceiros do ato.


            • Diminuição da capacidade de julgamento.


            • Perda da capacidade laboral e de atividade social


            • Alterações no humor e personalidade.

 

         O progresso indivídual de leve a moderado e de moderado a grave na Doença de Alzheimer passa por várias fases. Como a doença progride, há o declínio cognitivo e funcional das suas habilidades. Na Doença de Alzheimer avançada as pessoas necessitam de ajuda para as necessidades básicas da vida diária, tal como: tomar banho, vestir-se, alimentar-se, na utilização do banheiro. Aqueles na fase final da doença perde sua capacidade de comunicar-se, de reconhecer os filhos, amigos e o próprio cônjugue. Quando um individual passa a ter dificuldade em movimentar-se na Doença de Alzheimer fica mais sussetível a pneumonia, infecção urinária, escaras devido a sua maior vulnerabilidade. Vindo a falecer na maioria das vezes pelo quadro infeccioso.

 

            Diagnóstico da Doença de Alzheimer

 

           O diagnóstico é ainda baseado na história clínica do paciente, contado pelo próprio ou por seus familiares e amigos. Sendo confirmado com instrumentos de avaliação cognitiva e por exames de neuroimagem.

          Já existem testes complementares sanguíneos e no líquor cefalorraquidiano já liberado no mercado para o diagnóstico, mas as sociedades médicas não recomendam a sua utilização por entender que existe a necessidade de mais testes confirmatórios para sua utilização de forma confiável.

 

 

           Os três estágios da doença de Alzheimer proposto pelos novos critérios e diretrizes     para o diagnóstico

   

         Em 2011, o Instituto Nacional do Envelhecimento (NIA) e a Associação Americana de Alzheimer recomendam novos critérios e diretrizes para o diagnóstico da doença de Alzheimer.

Hoje classificamos a doença de Alzheimer nos estágios leve, moderado e avançado. Com a nova classificação, devido ao uso dos novos métodos diagnósticos (neuroimagem funcional e biomarcadores), as fases seriam: a fase pré-clínica, ou seja, alterações cerebrais anteriores aos sintomas cognitivos da doença de Alzheimer; o Distúrbio Cognitivo Leve relacionado à doença de Alzheimer e a Demência pela doença de Alzheimer, propriamente dita, caracterizada pelo distúrbio cognitivo capaz de afetar as atividades de vida diária.

          Os pesquisadores acreditam que o futuro do tratamento terá como objetivo retardar ou parar a progressão da doença de Alzheimer e preservar a função cerebral, modificando a evolução da doença. A utilização dos novos métodos, terão grande importância quando utilizados durante a fase pré-clínica e na fase  de Distúrbio Cognitivo Leve relacionado à doença. Os testes de biomarcadores serão essenciais para identificar indivíduos que estão nesses primeiros estágios e que deveram receber tratamento modificador da doença. Eles serão também utilizados para monitorar os efeitos do tratamento.

 

 

            Causa da doença de Alzheimer             

 

        A causa ou causas da doença de Alzheimer não são ainda conhecidas. No entanto, a maioria dos especialistas concorda que a Doença de Alzheimer, como outras doenças crônicas comuns, desenvolve-se como resultado de múltiplos fatores, em vez de uma única causa. Estes fatores incluem uma variedade de alterações cerebrais que começam até 20 anos antes dos sintomas aparecerem. No início, o indivíduo tem a sua cognição normal, apesar dessas mudanças cerebrais. Mais adiante, com a continuidade da doença, o cérebro pode não compensar o aumento do dano neuronal causado por alterações cerebrais, e o indivíduo mostra declínio sutil da função cognitiva. Em alguns casos, o médico identifica este ponto como Distúrbio Cognitivo Leve. Com o decorrer da doença os danos e morte neuronal são tão significativos que o indivíduo apresenta óbvio declínio cognitivo, tais como alterações de memória ou confusão quanto ao tempo ou lugar. Neste ponto, os médicos seguindo os critérios de 1984, diagnosticam a doença de Alzheimer. Os novos critérios e diretrizes propõem que toda a fase pré-clínica, e não apenas as fases sintomáticas, representem  a doença de Alzheimer.

 

            Fatores de Risco na Doença de Alzheimer

 

          O maior fator de risco para a doença de Alzheimer é o avanço da idade, mas a doença de Alzheimer não é uma parte normal do envelhecimento. A maioria das pessoas com doença de Alzheimer é diagnosticada com 65 anos ou mais de idade. Essas pessoas são ditas terem doença de início tardio de Alzheimer. No entanto, as pessoas com idade inferior a 65 anos também podem desenvolver a doença. Quando se desenvolve a doença de Alzheimer, com menos de 65 anos de idade, é referido como doença de Alzheimer  de início precoce.

       O avanço da idade não é o único fator de risco para Doença de Alzheimer. As seções seguintes descrevem outros fatores de risco.

 

           1.    História Familiar

 

          Indivíduos que têm um pai, irmão ou irmã com a doença de Alzheimer são mais propensos a desenvolverem a doença do que aqueles que não têm um parente de primeiro grau com a doença de Alzheimer.  Aqueles que têm mais de um parente de primeiro grau com a doença de Alzheimer são ainda mais propensos a desenvolverem a doença. Quando a doença atinge as famílias, a hereditariedade (genética), compartilhada com fatores ambientais, estilo de vida ou ambos podem desempenhar um papel somatório.

 

             2.    Apolipoprotein E-e4 (APOE-e4)


       Indivíduos com a forma e4 do gene da apolipoproteína E estão em maior risco de desenvolverem a doença de Alzheimer. APOE-e4 é uma das três formas comuns (E2, E3 e E4), do gene da ApoE, que é responsável por uma proteína que transporta o colesterol no sangue.  Aqueles que herdam um gene APOE-e4 têm um risco aumentado de desenvolver a doença de Alzheimer e de desenvolvê-la mais cedo, do que aqueles que herdam as formas E2, ou E3 do gene APOE. Aqueles que herdam os dois genes APOE-e4 têm um risco ainda maior. Herdando um ou dois exemplares deste gene APOE não garante que um indivíduo irá desenvolver a doença de Alzheimer.


              3.    Distúrbio Cognitivo Leve (DCL)


        O DCL é uma condição em que um indivíduo tem alteração leve da cognição, mas mudanças mensuráveis nas habilidades de pensamento que são perceptíveis para a pessoa afetada e membros da família e amigos, mas que não afetam a capacidade do indivíduo de realizar atividades cotidianas. As pessoas com DCL, especialmente DCL envolvendo problemas de memória, são mais propensas a desenvolver a doença de Alzheimer e outras demências, que pessoas sem DCL. Em alguns casos, quando o DCL é causado por determinados medicamentos pode ser revertido espontaneamente. Em outros casos, o DCL reverte para cognição normal por conta própria ou permanece estável. Portanto, é importante que as pessoas que estejam experimentando declínio cognitivo procurem ajuda logo que possível, para o diagnóstico preciso e tratamento adequado. Os novos critérios e diretrizes para o diagnóstico da doença de Alzheimer, publicado em 2011, sugerem que em alguns casos DCL seja realmente uma fase inicial da doença de Alzheimer.


            4.     Fatores de Risco para doenças Cardivascular


           A evidência crescente sugere que a saúde do cérebro está estreitamente relacionada com a saúde geral do coração e dos vasos sanguíneos. O cérebro é alimentado por uma das redes mais ricas do corpo de vasos sanguíneos. Um coração saudável ajuda a assegurar que a quantidade suficiente de sangue seja bombeado através destes vasos para o cérebro, e os vasos saudáveis, ajudam a assegurar que o cérebro seja fornecido com o oxigênio e sangue rico em nutrientes que necessita para funcionar normalmente. Alguns dados indicam que os fatores de risco para doenças cardiovasculares, como sedentarismo, colesterol alto (especialmente na meia-idade), diabetes, tabagismo e obesidade, estão associados a um maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer e outras demências. Ao contrário do fator de risco genético, muitos destes riscos da doença cardiovascular são modificáveis - isto é, elas podem ser modificadas para diminuir a probabilidade de desenvolvimento de doença cardiovascular, e, possivelmente, do declínio cognitivo relacionado com a doença de Alzheimer e outras formas de demência.              

 

            5.     Engajamento social e Dieta


      Outros estudos sugerem que outros fatores modificáveis, como atividade intelectual, engajamento social e consumo de uma dieta baixa em gorduras saturadas e rica em vegetais, podem apoiar a saúde do cérebro. No entanto, existem menos trabalhos nesses fatores de risco do que os fatores de risco cardiovascular, e muitas vezes envolvem um número muito menor de participantes nos trabalhos. Como resultado, as suas conclusões são geralmente menos convincentes do que os trabalhos cardiovasculares. Assim, em comparação com outros fatores de risco, relativamente pouco se sabe como o engajamento social ou dieta podem afetar o risco de Alzheimer.

 

            6.    Trauma Craniano


           Traumatismo craniano está associado com um aumento do risco de doença de Alzheimer e outras demências. Ferimentos moderados na cabeça estão associados ao aumento de duas vezes o risco de desenvolver a doença de Alzheimer em comparação com os indivíduos sem trauma na cabeça. Ferimentos graves na cabeça são associados com 4,5 vezes o risco. O trauma moderado da cabeça é definido como uma lesão resultando em perda de consciência ou amnésia pós-traumática com duração maior de 30 minutos. Se durar mais do que 24 horas, a lesão é considerada grave.

          Este aumento do risco não foi mostrado para os indivíduos com traumatismo craniano leve ou qualquer número de eventualidades comuns, tais como bater a própria cabeça enquanto sai de um automóvel. Os grupos que experimentam traumas repetidos, como boxeadores, jogadores de futebol podem estar sob maior risco de demência.

         Alguns estudos sugerem que portadores de APOE-e4 que experimentam trauma na cabeça moderado ou grave estão em maior risco de desenvolverem doença de Alzheimer do que APOE-e4 que não têm um histórico de moderada ou grave de traumatismo na cabeça. Pesquisas adicionais são necessárias para compreender melhor a associação entre lesão cerebral e aumento do risco de doença de Alzheimer.

 

          Tratamento da Doença de Alzheimer

 

        Não existe tratamento para retardar ou impedir a doença de Alzheimer. Os EUA Food and Drug Administration tem aprovados cinco drogas que melhoram temporariamente os sintomas.  A eficácia desses medicamentos varia através da população. Nenhum dos  tratamentos disponíveis hoje altera o curso subjacente desta doença terminal. No entanto,  pesquisadores de todo o  mundo estão estudando dezenas de estratégias de tratamento que pode ter o potencial para alterar o curso da a doença.

   Apesar da falta de terapias modificadoras da doença, estudos têm mostrado consistentemente que médicos ativos gerindo a  doença de lzheimer e outras demências, podem melhorar significativamente a qualidade de vida em todos os estágios da doença para as pessoas com demência e de seus cuidadores.  

A gestão ativa inclui:

  • uso adequado de opções de tratamento disponíveis,
  •  a gestão eficaz de condições coexistentes,
  • a coordenação dos cuidados dos outros profissionais de saúde e cuidadores leigos,
  •  a coordenação de participação nas atividades e programas de Centros de Convivência
  • participar de grupos de apoio e serviços de apoio tais como aconselhamento.
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Este artigo foi baseado nos novos critérios de diagnóstico da Doença de Alzheimer.

 

 

                                                                      ESPEDITO CARVALHO